Pestanejei muito até voltar aqui, não sabia bem o que escrever e principalmente se escreveria, mas ando buscando refugio. Contraditório não é mesmo? A postagem anterior enaltecia a minha “FELICIDADE”, essa nitidamente será o inverso, não preciso falar sobre infelicidade, pessoas transparentes como eu não consegue em palavras, gestos ou qualquer outro meio de atitude mostrar aquilo que não está sentindo. Acho que estou amadurecendo e perdendo o dom do enigma.
Hoje senti sintomas de infelicidade, sabe quando você se prende buscando algo que se encaixe perfeitamente com os seus sintomas? Fiz isso, procurei música, procurei fotos, me debrucei com Martha Medeiros, com Caio Fernando Abreu, Fernando Pessoa e o que me rendeu? Um masoquismo pessoal, me torturei, quis sentir dor, e senti tão profundamente que parecia verdadeiramente que era amor. Era, é, sei lá! Nunca fui muito boa pra conjugar tempo, misturo tudo, trago o passado para o presente, e não deixo nem o futuro acontecer. Tenho todas as justificativas do mundo, das mais populares como: “Gato escaldado tem medo de água fria”, ou outras, mais racionais e coerentes, como o que Caio Fernando Abreu habitualmente tenta explicar.
“Mas, se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper processo em meio: quando se conhece o fim. Quando se sabe que doerá muito mais – porque ir em frente? Não há sentido, melhor deixar escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido na gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia - qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou “quase” certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu “quase” tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo para o alto... Talvez por loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe.”
Devo analisar o coerente, to começando a achá-lo incoerente... Não sei bem se meu racional acha, ou se é meu coração que anda incoerente. Cenas de um próximo capítulo.
A lição de tudo isso: a vida é caixinha de surpresas mesmo! E um dia o sorriso nos acompanha, noutro a dor é que faz parceria. Será que deve ser assim?? Ow estabilidade miserável de ser encontrada, ela deve está em algum lugar obscuro dentro de nós. Falo a todos que já a encontraram: sorte de vocês! Mas atenção, cuidado, ela é traquina o suficiente pra lhe dá um chute na “bunda” bem antes do que você imagina. E toda sua estabilidade adquirida com terapia, com experiência, com algumas doses de Rivotril* e toda teoria adquirida, lhe dá “tchauzinho” e se manda. Pra onde eu não sei... E peço encarecidamente que quem a encontrar, mande-a passar por aqui, a tática agora é amarrá-la no “pé da cama”, terei mais cuidado, isso eu posso garantir.
Passo a receita.
Falando em receita, e nunca mais postando algo aqui a respeito, hoje, ou melhor, agora, e com toda essa introdução, me venho à cabeça uma idéia, e ela se conecta com todo esse meu discurso, sendo assim ela tinha que trazer picos, assim como está o meu coração. Numa hora deve estar organizando o cabelo do Cristo Redentor, lá em cima, nas alturas, satisfeitíssima, e de repente cai escadaria a baixo.
Molho AGRIDOCE. (Azedo e doce, assim como a vida!)
1/3 de xícara (chá) de suco de abacaxi
½ xícara (chá) de vinagre
¾ xícara (chá) de açúcar
½ xícara (chá) de extrato de tomate
½ xícara (chá) de catchup
3 xícaras (chá) de água
2 colheres (sopa) de amido de milho (maisena)
Leve tudo para panela até engrossar, isso dura em média 10 minutos. Deixe esfriar e sirva, é perfeito com o Rolinho Primavera, Yakisoba e a maioria das comidas chinesas. Conheço verdadeiro fã desse molho.
Vou esticar essa receita, ensinando a fazer um rolinho primavera diferente, bem mais fácil porque a massa é feita com uma fatia de peito de peru, bem fina de preferência.
Enroladinho Primavera.
1 cebola picadinha
2 colheres (sopa) de azeite
1 sachê de caldo de legumes
½ xícara (chá) de alho-poró cortado em tiras bem fininhas
1 e ½ xícara (chá) de cenoura ralada (ralo grosso)
1 ½ xícara (chá) de repolho cortado em tirinhas (fininhas!)
300 gramas de peito de peru fatiado (bem fino!)
Farinha de trigo para empanar
3 ovos batidos para empanar
Farinha de rosca para empanar
PREPARO: Numa frigideira refogue a cebola com o azeite, acrescente o sache de legumes, o alho-poró, a cenoura e o repolho, por 3 minutos, desligue e deixe esfriar.
Pegue as fatias de peito de peru, coloque o recheio no centro dessa fatia, enrole-o, fechando as laterais também, e prenda com palitos. Empane-os da seguinte forma: primeiro passe na farinha de trigo, depois nos ovos batidos e por último na farinha de rosca.
Com óleo quente na frigideira frite os rolinhos até que eles fiquem douradinhos, retire os palitos e sirva com o molho agridoce.
Agora, a música, que deve ser bem deprimente, gosto das coisas em compasso.
BEIJA – FLOR
(Flávio Venturine)
O que faz o beija flor
Ter vontade de voar?
Vai e diz ao meu amor
O que viu do meu penar
Vai dizer ao meu grande amor
Que eu sempre estou e vôo tão só
Diz também para o meu amor
É só voltar, beija-flor
O que faz o beija-flor
Ter lampejos cor do mar?
Quando eu penso em você
Meu desejo é navegar
O que faz o beija-flor
Ter mais prata que o luar?
Faz o mel da tua flor
Ser mais doce ao paladar
Vai dizer ao meu grande amor
Que eu sempre estou e vôo tão só
Diz também para o meu amor
Que é só voltar beija-flor
Quando riscas o céu
És mais doce que o mel
Que tiras da flor
Mais do que viver
Só te importa voar... Beija-flor
...
Acho que nem fui exaustiva. Clara como “água de oceano”...
Devo finalizar com Martha Medeiros.
“... Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se será antes ou depois de se chocar contra o solo. Eu bati a 200km por hora e estou voltando a pé pra casa, avariada...
... Talvez eu não seja adulta o suficiente para brincar tão longe do meu pátio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em contos de fada, de achar que a gente muda o que sente, e que bastaria apertar em um botão que as luzes apagariam e eu voltaria para minha vida satisfatória, sem seqüelas, sem registros de ocorrência? Eu não amei aquele cara, eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada.
Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, ERA MELHOR!”
CHEGA NEH!?
Boa madrugada do dia 29 de setembro de 2011.